terça-feira, 26 de maio de 2009

Tenha um carro e fique na mão de 5,6 mil flanelinhas

O Rio de Janeiro é uma cidade que está à beira de um ataque de nervos. Favelas crescendo aos números do desemprego, ruas esburacadas e mal iluminadas, marginais agindo a torto e a direito e os cidadãos entregues a uma desordem total. Devo concordar com o prefeito Eduardo Paes ao afirmar, em entrevista publicada na edição 2113 da revista Veja, que “eu faço parte de uma geração de cariocas que não conheceu o Rio como Cidade Maravilhosa”. Principalmente quando saio de casa com meu carro e preciso estacionar na rua.



De acordo com o Sindicato dos Guardadores e Lavadores Autônomos de Veículos do Rio de Janeiro, são 5,6 mil guardadores espalhados por cerca de 800 ruas. As estimativas do montante gerado nas 43 mil vagas estipuladas são em torno de R$ 11 milhões. Para o sindicato, se o Rio adotasse medidas organizadas de regulamentação dos espaços reservados aos estacionamentos, a arrecadação poderia ultrapassar os R$ 40 milhões. Mas o que vemos nas ruas são os nossos carros, nosso dinheiro e nossa segurança entregues nas mãos de pessoas mau caráter e que se utilizam de ameaça contra seu patrimônio para extorquir os motoristas. Na verdade são ladrões que utilizam a lábia para levar dinheiro fácil, impondo a condição de que aquele pedaço de terra é dele e não seu. Tanto que na maioria das vezes, o motorista volta ao seu veículo e não encontra mais flanelinha em lugar algum.


Quando o valor cobrado pelos guardadores é muito alto, pode-se até negociar. E o mais estarrecedor é que você ouve que o valor é acrescido do montante reservado aos guardas municipais ou policiais militares. Em diversos casos, como já aconteceu inclusive com a repórter que vos fala, fui ameaçada de ser multada por um flanelinha caso eu não pagasse o valor da “diária” que ele estava me impondo. Isso tudo em frente ao meu trabalho, onde não há nenhuma placa de sinalização e toda a parte lateral da rua é “protegida” pelo guardador com uma quantidade de kones que empilhados certamente chegariam ao segundo andar da redação, sem falar os cavaletes. Eu me neguei a pagar o valor e ouvi do guardador: “Então você vai ver se eu não vou te multar”. Dito e feito. Na semana passada chegou na minha casa um aviso prévio de multa no mesmo dia que me recusei a pagar os R$ 20 cobrados.



Em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos, fui informada pelo assessor de imprensa que a Coordenadoria Regional da Área já solicitou o plaqueamento da área, mas ainda não há previsão de quando as placas estarão no local. O interessante é que nem ele sabia dizer se o local é regulamentado como Período Único, Período de 2 ou de 4 horas. Questionado sobre a legalidade da multa em um local onde não há placas, fui informada de que a Guarda Municipal pode multar, mas segue um ‘Código de Postura’ da corporação que evita multar os motoristas nesses casos. Hoje fui até uma junta de recurso de multas, localizada na mesma rua e entrei com recurso. Meu processo se juntou a outras três pilhas de requerimentos com o mesmo pedido. Acho que vou pedir ao flanelinha para me ajudar nessa...

3 comentários:

  1. Em Niterói, deve ter uns 10 mil flanelinhas. É só parar que eles surgem do nada. Seu blog tá bacana!!!

    ResponderExcluir
  2. Em Belém a situação não é muito diferente. Se você parar dez minutos em frente ao banco eles já querem arrancar alguma moeda. Quando não bastasse os flanelinhas que ficam na calçada a nossa espera, ainda há os que ficam com aquele bendito rodo e uma garrafinha de detergente para lavar o pára-brisa. Você diz NÃO umas dez vezes e o fdp insiste em lavar.
    Gostei muito do seu blog :)
    Bjs!

    ResponderExcluir
  3. Oi Bruna,
    Gostei muito do teu blog, do teu estilo personalizado de contar histórias e principalmente de tuas avaliações do RSS, sistemas de buscas, Web 2.0 e Irfan. Você tem o estilo blog na ponta dos dedos. A unica observação é sobre as fotos do post relativo aos flanelinhas cariocas. As duas fotos ficaram meio divorciadas do texto. Você poderia ter valorizado mais a informação das fotos dando indicações no texto para focalizar a atenção do leitor nos detalhes da imagem que eram importantes na tua narrativa.
    Um abraço e parabéns.
    Castilho

    ResponderExcluir